Rodellar

A primeira vez que meti as patas em Rodellar foi praí em 2005, era Junho e nem fazia a mínima ideia do local para onde me levava o Schiappa Mobil (saudosa carrinha skoda do saudoso escalador e amigo Schiappa). Assim que cheguei e me deparei com aquelas covas e paredes de potencial interminável, com o ambiente fanático e toda aquela vida de loucura, liberdade e desprendimento da vida citadina, fiquei a desejar estar ali o mais possível, passar o ano a sonhar com aquilo e voltar logo pra lá. E foi desta forma que nos anos seguintes passei a aproveitar as férias da faculdade para passar ali os meses de verão.


André na "Pata Negra"


Baptista na via "Juan y Fran"
Em termos de escalada propriamente dita, Rodellar sempre me fez apanhar tareias de caixão à cova e aquelas vias enormes a escalar sempre em cima dos braços, mostram-me sempre qual é o meu lugar, fulminando qualquer ideia de auto-percepção mal medida. Levei tempo a aceitar esta lição de humildade mas o que é facto é que é muito mais importante aprender e voltar muito mais forte do que passar o tempo a tentar encher a caderneta de feitos e realizações.

Dalai na via "Made in Maskun"




Subtil nas Ventanas

Ana na via "Lola"

Estes dias regressei a Rodellar e continuaram as tareias, as escaladas incríveis, a festa cigana e o sentimento da vida em liberdade longe das garras da babilónia.

Via "Cosi Fan Tuti" na Piscineta


 Este ano a surpresa foi mesmo o regresso ao sector da Piscineta. Já tinha lá ido praí em 2006 mas na altura não tinha sequer nível para provar as suas vias, quase todas oitavos. Para ali chegar há que caminhar aproximadamente 1h, por entre subidas e descidas de caminhos duros e cascalheiras, mas vale a pena uma vez que o sector é inacreditavelmente de qualidade. Uma parede extraprumada de 50 metros de chorreiras, tacos e regletes naturais (sem sicados), frente a uma piscina natural de agua transparente. Enfim, uma escalada de qualidade única que faz com que um tipo se sinta privilegiado por escalar ali.
Falta dizer que o privilégio só deverá caber a quem respeite o local com a sua energia positiva, não estragando nada ou deixando qualquer tipo de resíduo ou lixo.


O caminho de regresso da Piscineta

O resto é amigos, festa e muita escalada com vários projectos de vias pendentes nos excelentes sectores Gran Boveda, Ventanas, Pince Sans Rire e Surgencia. 

 Encadeamentos para o aguardado regresso a este sítio que para mim é sem dúvida muito especial.


Hugo Peniche

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